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As novidades do metaverso no mercado imobiliário

As novidades do metaverso no mercado imobiliário

Em 2021, antes do mercado imobiliário realmente entrar de cabeça no tão falado e misterioso metaverso, a plataforma NonFungible.com identificou mais de 300 milhões de reais em vendas de NFT (Non Fungible Token), uma espécie de certificado digital, estabelecido via blockchain, que define a originalidade e exclusividade de bens digitais. Outro dado importante revela que quase 1/4 deste valor foi destinado à compra de terrenos virtuais.

Com preços estratosféricos, essas propriedades online apresentam oportunidades para diversas marcas e setores, sobretudo para a construção civil, que tem um leque de opções: investimentos, experiências, realidade aumentada, NFTs e até a desburocratização dos processos de compra e venda de imóveis.

“O mercado está muito no início e as pessoas e empresas ainda estão tentando entender do que se trata, mas, para resumir, o metaverso cria uma experiência nova para o usuário. Tudo acontece através de avatares em um ambiente 3D, onde existe networking, comunicação e aprendizado. Os NFTs aparecem como um meio de realizar as transações dentro desse ambiente. Ali, você pode ter lançamentos de coleções, de imóveis e adquirir benefícios que também encorporam o mundo físico”, explica Fernando Godoy, CEO da Flex Interativa, startup pioneira no metaverso no Brasil.

Por aqui, já temos alguns exemplos. Em janeiro, A Roca Brasil Cerâmicas foi uma das primeiras empresas do setor a se aventurar e apresentar seus lançamentos de 2022 no metaverso, simulando um showroom virtual com produtos fiéis em cores e texturas. Além da exibição dos itens, a empresa também fez ações como aulas de gastronomia, palestras com especialistas e games com premiações, tudo no ambiente virtual. Christie Schulka, marketing manager da empresa, conta que o projeto também contou com experiências phygitais [que unem o físico e o digital].

Para Fernando, o metaverso e a compra de NFTs são como um ticket de entrada para as experiências mais exclusivas no mundo físico. “Imagine que uma incorporadora está fazendo um lançamento de um imóvel no metaverso. Ao visitar o espaço virtual, eu tenho a possibilidade de comprar uma NFT que me dará o direito tanto a um benefício online, como o acesso a uma palestra, ou a um benefício físico, como uma degustação de vinhos, por exemplo. O NFT, além da possibilidade dele se valorizar, também é sobre quais experiências eu vou ter quando adquiri-lo”, explica.

A frenesia desse mercado é tanta que até já existe a primeira imobiliária voltada exclusivamente para o mundo virtual. A Metaverse Property, que chegou a comercializar terrenos no metaverso por US$ 2,43 milhões.

Para além da compra e venda de imóveis e das experiências para os consumidores, um dos benefícios do universo meta é a desburocratização dos processos através do blockchain. A combinação das duas tecnologias acaba por eliminar os intermediários dos contratos, permitindo a venda direta. “O NFT é muito além de algo especulativo, não é apenas sobre obras de arte digitais que se valorizam e acumulam valores estratosféricos, mas eles também são smart-contracts, ou seja, contratos feitos pela rede blockchain, que são fechados diretamente, sem a necessidade de passar por um cartório ou intermediários”, esmiúça Fernando.

Além disso, ele comenta sobre o conceito de multipropriedades, que podem ser imóveis de luxo, como uma mansão na praia ou no campo, onde diversas pessoas podem adquirir partes desse imóvel por meio de NFTs e cada um pode utilizá-la em uma época do ano.

Na Housi, startup de moradia por assinatura 100% digital, os futuros compradores podem começar a investir nas transações digitais ao adquirir uma unidade da empresa por meio do cashback token. “A pessoa que comprar um apartamento do ON Jardins, por exemplo, recebe uma parte do imóvel em tokens, em uma carteira digital. Esses tokens geram uma receita mensal que é abatida do preço do condomínio. Ou seja, você compra um imóvel com condomínio muito mais barato, que pode chegar a quase zero. Isso aumenta a sua rentabilidade e para o inquilino isso é sensacional, porque ele também tem uma despesa para pagar, é um atrativo sem tamanho”, explica Alexandre Frankel, CEO da empresa.

Aos poucos, esse universo novo está abrindo margem para a criatividade dos mais diversos ramos. Seja construindo uma maquete fidedigna no metaverso (tipo The Sims!), fazendo operações com criptomoedas e ganhando acesso a benefícios exclusivos na vida real. Sem dúvidas, o metaverso e suas possibilidades vieram pra ficar. “A proposta é ser uma nova economia digital, e vai se dar bem quem tiver criatividade e estiver antenado”, finaliza Fernando.

 

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