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Arquitetura minimalista: saiba o que é e como aplicar

Como o movimento minimalista começou, quais esferas culturais ele afeta e como aplicar o famoso “menos é mais” na decoração e arquitetura.

A arquitetura minimalista é vista como a grande tendência das últimas décadas. O uso de pouco itens de decoração, artigos geométricos, móveis com design simples e anguloso, cores neutras, valorização da modernidade e da tecnologia são alguns atributos que caracterizam facilmente o estilo minimalista.

A redução de artigos e a exaltação dos detalhes compõem ambientes ainda mais charmosos e práticos, além de serem formas de expressão dos moradores e dos arquitetos e engenheiros que tiveram no minimalismo fonte de inspiração para desenvolver o desenho de edifícios.

Vamos contar neste artigo como todo o movimento minimalista começou, quais esferas culturais ele afeta e como aplicar o famoso “menos é mais” na decoração e arquitetura. Ficou curioso? Confira nosso post para saber mais!

A história da arquitetura minimalista

Não há um acordo acerca da época certa em que o movimento começou. Alguns dizem que ele teve início na década de 1960, tendo como palco os Estados Unidos. Outros afirmam que foi precursor do pós-modernismo na Europa.

Entretanto, sabe-se que o movimento foi influenciado pelos estilos de arte vanguardista e que ganhou força no final da Segunda Guerra Mundial. Teve forte presença em Nova York e Londres nos anos 70, em espaços de grandes grifes, principalmente.

A origem também é incerta. O estilo seria a convergência da cultura japonesa, aspectos da cultura escandinava, traços do construtivismo russo e movimentos artísticos europeus, como o cubismo e o neoplasticismo, do início do século XX.

Apesar das inúmeras versões, todos os movimentos e correntes que possivelmente influenciaram o desenvolvimento do estilo propõem a rejeição dos costumes acadêmicos instituídos até então. A ideia de mínimo contrapõe os estilos clássico e romântico, além de valorizar um espaço projetado com dedicação e zelo, apenas com o essencial, em que não se prioriza só a estética, mas também a funcionalidade.

O termo “minimalismo”

Hoje, o minimalismo, para além do design e da arquitetura, também é um estilo de vida menos consumista, além de configurar uma corrente fashion, apresentar um padrão para novas identidades visuais (logos), ser vertente da fotografia e conteúdo visual, entre outros. Em todas as aplicações, o importante é a garantia do melhor emprego dos recursos, em contrapartida ao consumo exacerbado e a poluição visual.

O estilo limpo, o famoso “clean”, é o que prevalece em todos esses tipos de arte. A busca pelo equilíbrio e harmonia também se faz presente nas obras.

Aplicações na arquitetura

No campo da arquitetura, a Casa Schröder, projetada por Gerrit Rietveld, é considerada o primeiro exemplar com características minimalistas, representante também do neoplasticismo. A residência, pensada sob conceitos puros e simples, é formada por grandes painéis assimétricos, formas rígidas e geométricas, e é composta apenas de cores primárias, acrescidas de preto e branco, com paredes retráteis.

A tendência foi desenvolvida posteriormente por Ludwig Mies Van Der Rohe, arquiteto conhecido por ser o autor do slogan “less is more” (em português, menos é mais), tido como a essência do minimalismo.

O estilo é aproveitado na arquitetura com itens únicos e com aspectos diferenciados em cada projeto. Os arquitetos se inspiram no minimalismo para projetar residências e prédios com formatos simplistas, em que os ângulos e as formas geométricas transformam vidrarias e superfícies espelhadas em elementos modernos e sofisticados.

A combinação com outros revestimentos e acabamentos — como concreto, madeira e metais — finaliza a estética das construções com toques aconchegantes, pessoais e exclusivos. A natureza também pode se tornar um complemento ao projeto.

Decoração minimalista

A arquitetura exterior pode ser incrementada com o design de interiores também clean. Toda a elegância e o refinamento do estilo são aplicados no design de interiores com materiais de boa qualidade e que potencializam detalhes.

Geralmente, a base de todo o ambiente é branca (ou em tons claros, como bege ou off-white), incluindo móveis maiores, como conjuntos de mesa e cadeiras, sofás, estantes, bancadas e cabeceiras. Os tons de marrom, cinza, acrescidos do preto e metalizados, entram como pontos de luz na decoração, agregando ao espaço tonalidades ainda claras e pouco chamativas, mas que dão impressão de profundidade e aconchego.

Os poucos e bons móveis são, ainda, possibilidades de empregar outras matérias-primas. A madeira pode ser utilizada em vários tons, podendo ainda ser maciça, de compensados ou com revestimentos que simulam a tonalidade e os meios característicos. Seu uso remete a aspectos naturais e rústicos, apropriados para todos os ambientes.

Alguns materiais, principalmente alumínio, diferentes tipos de laca, cobre e vidro, trazem brilho e remetem à modernidade. O interessante é combinar o uso desses elementos em pequenos pontos e também em adornos maiores. Cadeiras de metal, mesas com tampos diferenciados e mesas de apoio em cobre são ótimos exemplos.

Apostas e dicas práticas

Toda a preocupação com o uso do que é essencial não deixa de fora a aplicação de enfeites que, apesar de não serem muitos, trazem personalidade, contam histórias e são peças funcionais.

A primeira dica é caprichar na iluminação, tanto natural quanto artificial. Um bom jogo de luzes, de preferência brancas e de LED (podendo ainda ter tons amarelados, dependendo do ambiente e do objetivo), potencializam o tom claro e “limpo” do cômodo, além de separar ambientes e destacar pontos da decoração. Invista em spots, arandelas, luminárias de chão e pendentes.

A iluminação natural também faz toda a diferença, portanto opte por não cobrir janelas ou vidros com móveis ou tecidos muito opacos. Assim, o espaço parece mais fresco, arejado e sempre limpo e organizado.

Acerca dos tecidos, estampas e texturas, o ambiente minimalista consegue acomodar vários materiais, desde que eles estejam em harmonia e não conflitem com outros. Por exemplo, caso a estampa da almofada seja mais chamativa, o tecido não deve ter muita textura e as outras cores utilizadas devem ser mais neutras para compor o ambiente.

Os tecidos tendem a ser suaves e lisos, com estampas listradas ou geométricas em tons sóbrios. Os materiais com cores neutras podem vir em outras texturas. Pelúcias e peles sintéticas (“fakes”), por exemplo, estão sendo muito utilizadas para cobrir bancos e cadeiras, substituem as tradicionais capas de sofás e podem ser colocadas até como tapetes. São opções eco-friendly, confortáveis e charmosas para salas, quartos e escritórios.

Já que a ordem do minimalismo é o desapego, invista em detalhes e na qualidade dos componentes do espaço, dedique-se à escolha dos móveis, revestimentos e itens de decoração. Não se esqueça de que o princípio do estilo, além da própria estética, é a funcionalidade.

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