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Como o minimalismo se traduz na arquitetura?

Chamado de Estética do Silêncio, o minimalismo surge tanto nas artes quanto na arquitetura e decoração como uma busca pela austeridade e simplicidade.

“Minimalismo” é um termo genérico para se referir à uma estética, que podemos encontrar nas artes plásticas, literatura, música e arquitetura. Quem batizou o movimento é o filósofo Richard Wollheim, em 1965. Ele nasce nos Estados Unidos em meio à um cenário fervilhante de expressões artísticas dissonantes, como a pop art.

Muito além da ideia clássica de “cortar os excessos”, o ideário minimal absorve os complexos objetivos e processos das vanguardas russas construtivistas e do modernismo abstrato, ambos do início do século 20. Conheça um pouco sobre esse estilo tão empregado na arquitetura e decoração.

O que é arte minimalista?

Nas artes plásticas, o minimalismo busca uma expressão da “verdade”, sem qualquer tipo de representação figurativa ou metafórica. As peças, portanto, deveriam se bastar em significado simplesmente pela sua existência física no mundo, as figurações são deixadas completamente de lado.

Para tal, os artistas transitavam entre pintura e escultura, explorando a realidade e tridimensionalidade das próprias formas e materiais, sem adereços. A beleza das obras minimalistas está na honestidade de seus processos de criação e na capacidade de encontrar significado em si mesma e em seus componentes, independente de referências ou alusões à sentimentos, pessoas, histórias, ou à natureza, tal como é arte figurativa.

Arquitetura minimalista: desconstruindo as estruturas

A arquitetura e design minimalista é um fenômeno a parte. Isso porque o caráter utilitário das construções impunha um paradoxo aos valores da corrente. Assim, os arquitetos incorporam o minimalismo no pós-modernismo, algum tempo mais tarde que nas artes plásticas.

Correntes como o deconstrutivismo, não só incorporam o “menos é mais” de Mies van der Rohe mas o elevam às suas máximas potencialidades. Os projetos possuem uma pureza estética, de formas decompostas e uso marcante de luz.

Em termos construtivos, de forma paralela às artes plásticas, isso se traduz em estruturas simplificadas, valorização dos volumes e repetições, uso de materiais com propriedades plásticas e industriais, como vidro, aço e concreto. A arquitetura minimalista põe em cheque conceitos tradicionais, como a casa e os cômodos, para explorar o espaço, com seus vazios, geometrias e sombras.

Pilar do minimalismo: aquilo que é essencial

Na decoração, por fim, o minimalismo manifesta-se através de composições de mobiliário e escolhas de design. Para que os ambientes sejam austeros, a funcionalidade precisa ser enxugada até seus objetos mais essenciais. O desafio dos arquitetos e designers é definir, com precisão cirúrgica, o que é primordial e eliminar o restante.

Visualmente, os resultados desse percurso são locais sóbrios, vazios, puros, justificando, então, a comparação com o silêncio. Quaisquer adornos – os ruídos – são deixados de lado para dar total protagonismo aos próprios materiais, cores e texturas. O minimalismo é a busca por uma abstração, na qual as formas e volumes se falam por si, e seu discurso basta.

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